Descrição

10/9/12

    Pequeno, porém forte, a aparência estranha do Bouledogue Francês inspira grande curiosidade em quem o vê pela primeira vez. As orelhas de morcego e o tipo de crânio forte, largo e quadrado são características marcantes neste cão que durante o século XIX, quando era o principal personagem de combates de touros, o passatempo preferido de carregadores, cocheiros e açougueiros dos bairros baixos de Paris.
Ao contrário do Buldogue Inglês, de quem provavelmente descende, o Francês não tem uma expressão agressiva. Os lábios negros, pendentes, cobrindo totalmente o lábio inferior, fazem com que pareça um pouco carrancudo, mas ao mesmo tempo, com um ar de permanente disposição para brincadeiras. Bem balanceado, de constituição compacta e musculosa, o Bouledogue é acima de tudo, um cão rústico. O seu corpo arredondado e leve torna-o muito ágil, capaz de impulsos rápidos e grandes saltos.


     É tipicamente um molossóide de pequeno porte. Possante para o seu pequeno talhe, brevilíneo, atarracado em todas as suas proporções, de pêlo raso, de focinho curto e trufa achatada, de orelhas empinadas, com uma cauda naturalmente curta. O seu aspecto é de um animal activo, inteligente, muito musculado, de estrutura compacta e sólida ossatura.


     A movimentação faz-se em passadas fluentes, com os membros deslocando-se paralelamente ao plano médio do corpo.


     A cabeça é muito forte, larga e cubóide, o revestimento da pele forma pregas e rugas quase simétricas. A cabeça do Bouledogue Francês é caracterizada por uma retracção da maxila e o crânio ganhando em largura o que perdeu em comprimento. O crânio é largo, quase plano com a testa muito arqueada. Arcadas superciliares proeminentes, separadas por um sulco sagital particularmente desenvolvido entre os olhos. O sulco não se prolonga para a testa. A crista occipital muito pouco desenvolvida.


     O stop é profundamente acentuado, o focinho apresenta uma cana nasal larga, muito curta, apresentando pregas centrais simétricas, descendo sobre os lábios superiores (comprimento 1/6 do comprimento total da cabeça). A trufa é larga, muito curta, achatada, com narinas bem abertas, simétricas e inclinadas para trás. A inclinação das narinas bem como a trufa arrebitada (chamada de "achatada") devendo todavia permitir a respiração nasal normal.


     Os lábios são espessos, um pouco lassos e pretos. O lábio superior junta-se uniformemente com o inferior e oculta completamente os dentes que jamais devem estar visíveis. O perfil do lábio superior é descendente e arredondado. A língua jamais deve ficar à mostra. Faces com músculos bem desenvolvidos mas sem relevo. Os maxilares são largos, simétricos e possantes. A mandíbula descreve uma curva ampla, articulando-se à frente da maxila. Com a boca fechada, a proeminência da mandíbula (prognatismo) é moderada pela curvatura dos ossos mandibulares. Essa curvatura é necessária para evitar um afastamento muito grande da mandíbula. Quanto à mordedura, os incisivos inferiores de modo algum podem estar atrás dos superiores. A arcada incisiva inferior é arredondada. Os maxilares não podem apresentar desvio lateral nem torção. O afastamento das arcadas incisivas não é rigorosamente limitado, a condição essencial é que os lábios superiores e inferiores se fechem bem justos de forma a ocultar completamente os dentes.


     Os olhos têm uma expressão alerta, inseridos baixo, bem longe da trufa e, principalmente, das orelhas, de cor escura, bastante grandes, bem redondos, ligeiramente protuberantes sem deixar aparente qualquer traço do branco (esclerótica) quando o exemplar olha directo para a frente. A orla das pálpebras é preta.
As orelhas são de tamanho médio, largas na base e arredondadas na ponta. Inseridas no alto da cabeça, sem ficarem muito próximas, e portadas erectas. A abertura da concha acústica é voltada para a frente. A pele é fina e macia ao toque.


     O pescoço é curto, ligeiramente arqueado, sem barbelas. Relativamente ao tronco, a linha superior é progressivamente ascendente no lombo para descer rapidamente na direcção da cauda. Esse perfil da linha superior deve ser almejado por causa do lombo curto. O dorso é largo e musculado. O peito é cilíndrico e bem profundo, costelas chamadas em barril, muito arqueadas. Antepeito amplamente aberto. O ventre é retraído sem ser esgalgado. O lombo é curto e largo e a garupa é inclinada.


     Os membros anteriores, vistos de perfil e de frente, são aprumados e regulares. Os ombros são curtos, grossos, revelando uma musculatura firme e aparente. Os braços são curtos. Os cotovelos trabalham estreitamente ajustados rente ao tórax. Os antebraços são curtos, bem afastados, rectos e musculados. Os carpos e os metacarpos são sólidos e curtos.


     As patas são redondas, pequenas, chamadas pés de gato, bem pousadas no solo, ligeiramente voltadas para fora. Os dígitos são bem compactos, de unhas curtas, grossos e bem separados. As almofadas plantares e digitais são duras, espessas e pretas. Nos exemplares tigrados as unhas devem ser pretas. Nos branco e rajados e nos fulvos a preferência será pelas unhas escuras, sem entretanto penalizar as unhas claras.


     Os membros posteriores, são fortes e musculados, um pouco mais longos que os anteriores, elevando, assim o trem posterior. Visto por trás e de perfil os aprumos são regulares. As coxas são musculadas e firmes, sem serem muito arredondadas. Os metatarsos são sólidos e curtos. O Buldogue Francês nasce sem pezunho. Os jarretes são bem curtos, nem muito angulados nem, principalmente, muito rectos. As patas são bem compactas.


     A cauda é curta, de inserção baixa na garupa, rente às nádegas, grossa na raiz, em espiral ou quebrada naturalmente e afilada na ponta. Mesmo em movimento, deve ser portada abaixo da horizontal. A cauda relativamente longa (sem ultrapassar a ponta do jarrete), quebrada e afilada, é admitida, mas não almejada.